Thursday, April 3, 2008

Sobre Mim!

Sei lá...hoje sou assim...entrego-me e tiro prazer de todas as coisas de todas as pessoas...mas recuso-me a ficar dependente desse prazer...
Noutros dias...sou e ajo de forma completamente indiferente a tudo...não dou valor ao que me parece garantido (amor, amizade, afecto, dedicação) e corro o risco de perder algumas destas coisas por negligência...

Há outros dias ainda...em que só conheço as minhas verdades, as minhas certezas, os meus valores, sempre mais válidos que os dos outros e não deixo que os ponham em causa...
Em outros tantos dias...não tenho certezas de nada e deixo-me invadir (sem nunca me deixar corromper) pelas verdades dos que me rodeiam e sentir-me-ia perdida se assim não fosse...

Certos dias, sinto-me inteiramente responsável por aqueles que cativo...no dia seguinte, já rejeito que me cobrem alguma coisa...

Sou assim, uma espécie de "Metamorfose Ambulante", sem nunca estagnar, sem nunca me entregar...e, no fundo...tudo o que faço é entregar-me sempre...como sou, com o que tenho, com o que vos dou!...

Se há algo comum a todos estes dias...é o viver um pouco de tudo isto, também, todos os dias,...mais ainda, confesso...é todos os dias parar e ficar para vos conhecer melhor. É todos os dias querer que olhem por mim, que tomem conta de mim, ao mesmo tempo, que todos os dias procure criar desapegos e ser eu mesma a fazer isso.

Tenho-vos para saber quem sou, para me inquietarem,...para me aguentarem,...pois sei que sou capaz de tudo e, tantas vezes, fragilizo com nada.

Em cada dia espero e quero "muito mais", na mesma medida, que me sinto grata com tantos "poucos essenciais" que por vezes nos escapam.

Sobre mim...ficam, desde já, a saber...que entre o ter pouco e o ter muito, a verdade é que tenho sempre tudo para Ser Feliz.

Friday, November 9, 2007

Corpo e Alma

A noite foi longa,...Provoquei-a!
Cansei o corpo e isso permitiu-me dar descanso à alma...mas só por instantes.

Enquanto ri, enquanto dancei, enquanto bebi, adiei o que me vai pesando no peito e que vou arrastando. E tudo isto sem que saiba muito bem o que é! Aliás! Nunca sei!...Vou dando palpites que depois nunca se confirmam e volto a estar inquieta. É de mim, bem sei! Ou já nem quero saber! Canso o corpo mas não consigo dar descanso à alma.

E danço e rio e brindo...e brindo....a quê? Sei lá! À vida por si só...apenas, porque apesar de tudo, há sempre algo de bom que deve ser comemorado.

Porque existe a família e os amigos. Os que estão sempre e os que tentam sempre estar; porque há outros passos que caminham ao meu lado e uns tantos sorrisos que quero aproveitar; porque há sempre um dar de mãos que me obriga a acreditar que tudo irá correr bem; porque há o ter pouco e nesse pouco ter tudo para me sentir feliz.

Devia fazer mais isto...rir, dançar, sair, comemorar! Não há tempo porque nunca há tempo! Nunca me lembro ou esqueço que um dia terei todo o tempo. A dúvida surge! E se só tiver esse tempo quando já nada houver a fazer com ele?!!!

Fico aflita por pensar em tudo isto, quero voltar a esquecer, a não lembrar...
E é sempre assim...
Perco-me na noite e depois acabo em manhãs em que não me encontro!

Thursday, October 18, 2007

Tantas Verdades...

Disseste-me que não tinha que ser sempre tão simpática...que não me devia preocupar tanto com isso. Disseste mais! Que há momentos em que a atitude mais sedutora é aquela que não prima pela docilidade, mas que se compromete com a verdade...é quando sabemos que não estamos a ser simpáticos, mas estamos a ser honestos.

Ousaste continuar e disseste que ainda que não agrademos, não há como negar o notável poder sedutor da pessoa que age com integridade, mesmo quando age de uma forma superficialmente antipática.

Pois deixa-me que te diga....

É preciso ser sempre simpática, senão no conteúdo, pelo menos na forma,...não me aturam amuos, toleram arrogâncias ou aparam fragilidades. Se o fazem, não duvides, que é temporária simpatia...

Não sejamos vulgares! Não quero sê-lo! Bem sabes que as coisas vulgares não deixam saudades.

Falas em honestidade, em comprometermos-nos com a verdade. Concordo contigo! Sou alguém como tu que procura isso a todo o instante...

Mas sabes?

Os meus encontros e desencontros ensinam-me outras verdades, outros papeis, outras deixas...atitudes que nos distinguem, afinal é nos momentos menos bons que nos revelamos. E nesses,...eu só quero alimentar o respeito que tenho por mim mesma, ser honesta com o meu carácter e digna nas minhas atitudes.

Quanto a tudo o resto...ficas a saber....vou espalhar simpatia, esbanjar charme e seduzir o que preciso...

Tuesday, October 16, 2007

Meus Amigos

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louca e santa. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louca. Louca que senta e espera seus devaneios... Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Pena, nem de mim mesma, e risada só ofereço ao acaso. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto. E velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos... nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril!"

Tuesday, February 13, 2007

O essencial escapa-nos...

Muitos dizem que a vida é feita de pequenos nadas que são quase tudo, pequenos nadas encadeados, cuja sequência, grande parte das vezes, nos escapa. Talvez por isso mesmo, porque nos escapa, que passamos, grande parte da vida, a culpar os outros dos nossos estados de espírito, da nossa pseudo-infelicidade, que se pensarmos bem, afinal até nem existe.

O essencial escapa-nos,...esquecemo-nos que a sabedoria, para uma atitude positiva para e com a vida, reside no uso deste e de outros conhecimentos. Ninguém deve culpar os outros por estar mais ou menos feliz ...afinal, a felicidade são estados da alma, são formas de olhar para dentro de nós próprios e de lá retirar a vontade de querer estar e ser feliz...e de lá, ainda, retirar a chave da nossa própria felicidade, porque somos nós que a carregamos.

O segredo da mestria está em como enfrentamos cada situação, seja ela de vitória ou derrota.
Vitória, derrota? Como se tudo se reduzisse ao significado que cada uma destas palavras encerra no dicionário.

Proponho outras leituras...

Uma vitória só é louvável, quando justamente merecida, e perdermos uma batalha de cabeça erguida, sabendo que lutámos condignamente, não nos deita abaixo, antes pelo contrário, enaltece-nos, fortalece-nos.

Existem sempre lutas desleais, é dificil estar sempre à altura, é cruel lembrarmo-nos que o desencanto faz parte do grande jogo e que vamos passar por isso outras vezes...até porque criamos expectativas mesmo sem querermos porque ainda somos só humanos...mas o que importa é que ainda temos coragem para nos encantar!

Nietzche, que tinha tanto de louco, como de sábio, escreveu que "a grandeza de um homem está em ser uma ponte e não uma meta".
Mas, se pensarmos um pouco, ninguém consegue construir uma ponte sozinho, é preciso mais...e mais pessoas...

No entanto, há sempre algo que podemos retirar desta ideia de Nietzche,...há desejos que não dependem só de nós, mas há que encontrar a paz, a tranquilidade e a harmonia que nos permitem ser, sobretudo connosco,...felizes.

E para que o essencial não nos escape tantas vezes, é importante ter sempre presente, que "Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam" (Antoine de Saint-Exupéry).

Tuesday, January 30, 2007

Bocados de Nós... Nem Sempre ao Sabor do Momento!

Há dias em que apetece, simplesmente, rendermo-nos, já não encaixamos, parecemos peças de um puzzle que não veio completo, parecemos Quebra-Cabeças loucos cheios de segredos por desvendar, de sonhos por realizar, responsabilidades e promessas por cumprir!

Parecemos Homens e Mulheres anestesiados com a vida em que tudo se repete e nem sempre nos satisfaz, mas, depois, quando as coisas deixam de fazer sentido e tentamos descrever/viver o que nos vai na alma, ou seja, quando nos passa a anestesia e passamos a viver tudo a Sangue -Frio, logo desistimos e, já não queremos mudar assim tanto a rotina de que nos queixamos. Compreensível?!...Afinal, quando passa o efeito da Anestesia, há dores insuportáveis ou que não queremos suportar....

Depois...torna-se um ciclo vicioso...porque as dores também provocam tristezas...e, como não queremos embarcar na tristeza, pois todos sabemos que é como deslizar de patins numa encosta com um fim perfeitamente previsível, decidimos adiar.

Torna-se importante, então, anestesiar outra vez, até porque, nem sempre, nos podemos dar ao luxo de "curtir" o sofrimento, de descobrir algo novo com as crises existenciais.
Às vezes, é preciso adiá-lo porque valores mais altos se levantam e se não são correspondidos à altura da exigência com que sempre nos apresentamos e nos conhecem...tudo se desmorona...

Afinal, estamos em pleno palco da vida, representar vivendo, é o nosso papel, como outro qualquer papel que desempenhamos, tão bem, quanto possível, e que impomos a nós mesmos.
Depois, deixamo-nos invadir de sonhos, de desejos e tudo tem sentido, porque o que fazemos é "ilusoriamente" feito por eles...

Às vezes...ou muitas vezes, apetece-nos render ao desejo de concedermos a nós próprios, o privilégio de ousar viver intensamente, de dar voz, corpo e vida aos nossos pensamentos e desejos mais secretos...apetece-nos render ao desejo de aprender a não oferecer resistência a tudo isto, por mais cruel ou doce que se possa tornar...às vezes ...muitas vezes, apetece-nos render à infinita coragem e sabedoria dos que se sabem deixar Amar...

No fundo, bocados de nós que nem sempre vivem ao sabor do momento...

Wednesday, January 24, 2007

Dilemas do Amor!

Quem não já sentiu o amor a fugir algumas vezes, outras a agonizar debaixo dos nossos olhos como "um pássaro ferido" e, morrer ali mesmo, sem que pudessemos fazer nada para o salvar?

Este pode ser um dos dilemas do amor (deixar fugir, deixar morrer), não importa o que se segue, as nossas atitudes, os nossos egoísmos, afinal, o fim último, é que ele, o amor, vai mesmo deixar de existir.

Quantas vezes...ouvimos frases deste tipo..."lutar até ao fim para ficar ao lado (ou com) aquela pessoa..."; "Dei tanto, não aceito que acabe"; "não sem antes..." qualquer coisa, já todos sabemos.

Sempre acreditei que o amor é darmos aos outros o nosso melhor, sem sequer o saber... e que, tudo o que damos, não se perde, nunca se perde, apenas se tranforma em alguma coisa que só o futuro ou o destino conhece e desvenda.

Gostar de alguém, é querer ver essa pessoa bem!
Banal? Talvez...

Mas vou ousar cotinuar...

Gostar de alguém, é saber deixa-la ir, se por, qualquer motivo, não está bem ao nosso lado, é deixá-la viver aquilo em que acredita, é dar-lhe oportunidade dessas vivências,...é, dar-nos oportunidade de não ter ao nosso lado, alguém acomodado com a vida, com medo de arriscar com o destino, com medo de procurar sempre ser feliz...é, consequentemente, não termos ao nosso lado, alguém que já não pode, não sabe ou não consegue fazer-nos feliz...

Gostar de alguém é também prescindir...quem sabe se para sempre...
Gostar de alguém é também esperar...claro está...sem falsas promessas ou certezas, de que ao se ir, tudo o que fica está salvaguardado.

É importante ter sempre presente que aqueles que ficam, descobrem outras tantas coisas, crescem e desenvolvem projectos de vida de outras tantas formas, voltam a viver com mil e uma novas certezas...

O processo é tão válido...como o imprevisível resultado.
Arrisco mesmo em dizer,...que é neste prescindir esperando, que diferentes caminhos se perspectivam e diferentes opiniões se cruzam.

Para uns, pode ser o local exacto onde começa o amor, agora cheio de certezas, para outros, o momento derradeiro de uma grande história de amor.